quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A DIVISÃO DO PARÁ E O PRINCÍPIO DA AÇÃO MORAL



Segundo o filósofo Kant – a partir de quem se discute todo conceito de moral no ocidente – o que podemos considerar como princípios (ou ações) moralmente aceitáveis são aqueles que devem ser aplicados a todas as questões morais. Sendo, pois, considerada imoral, toda ação contrária aos interesses do bem comum. Sendo assim, quando o interesse dos envolvidos contraria o interesse da coletividade, a ação pode ser considerada uma ação imoral. Partindo desse ponto de vista, A DIVISÃO DO PARÁ É UM ATO IMORAL! E isso pode ser explicado em três atos:
Primeiro por que atende apenas aos interesses de alguns poucos empresários e especuladores do agronegócio e empresas mineradoras; Segundo por que visa apenas satisfazer o ego de alguns “homens da política” deste lado do estado que se sentem desprestigiados em relação aos políticos da região metropolitana; Terceiro por que os maiores interessados (os citados acima), em sua maioria, são oriundos de outras regiões do estado.
No primeiro ato temos uma afronta total aos princípios da moralidade presente em Kant, uma vez que os “homens de negócio”, com a divisão do estado, seriam os maiores beneficiados, tendo em vista que isso facilitaria à expansão de seus empreendimentos ligados a exploração dos recursos naturais. O que acarretaria em sérios prejuízos ambientais para todas as regiões envolvidas. E isto é um ato de imoralidade!
No segundo ato temos um pequeno grupo de políticos que, por interesse e/ou vaidade, são favoráveis a esta divisão. Do ponto de vista kantiano, é pura hipocrisia, uma vez que apelam para o discurso de que, dividindo o estado, “terá mais emprego, saúde, educação, etc.” Pura falácia! Na verdade utilizam este discurso apenas para ter o senso comum a seu favor. A verdade é que estão pondo seus interesses acima de tudo, acima do próprio princípio da ação que consideram moralmente certas. E isto é um ato de imoralidade!  
No terceiro ato se estes políticos e empresários são tão interessados em dividir o nosso estado, eu poderia propor a eles o seguinte: por que não dividir os seus próprios estados de origem? Por que não, nessa divisão ficarem com a fatia mais pobre do bolo? Por que não dividir o que eles consideram deles, suas fábricas, suas fazendas, suas empresas, seus gados, suas sojas, etc? Tais questionamentos Eu me atrevo a responder, até por que, sei que eles não teriam coerência nas suas respostas.
Ora, eles não aceitam por um simples fato: o de que o que é deles é deles! O interesse aqui é dividir o que é dos outros! O interesse é, no fatiamento, ficarem com a parte mais rica em recursos naturais do nosso estado. E, novamente, colocar seus interesses acima de tudo é um ato de imoralidade!      
Por que ao invés de quer transformar um ato de imoralidade em “uma ação moralmente aceitável” estes políticos e empresários de outras regiões do país não promovem um dos deveres morais e universais do ser humano, como, por exemplo, A HONESTIDADE?



 Valdiclei Baia.

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